30º Triatlo de Oeiras (Sprint)

Foi no triatlo de Oeiras em 2015 que fiz a minha estreia nesta modalidade. Nesse ano participei na prova de Super Sprint e adorei. Em 2016 estava inscrito para participar no Sprint, mas uns problemas físicos nos dias antes impediram-me de estar presente. Este ano pude finalmente fazer a "prova grande" de Oeiras, mas se calhar mais valia ter ficado em casa.


Cheguei cedo ao local da prova e consegui deixar a bicicleta num sitio onde tinha boas referências para a encontrar ao sair da água (em frente a 2 palmeiras). Com tudo arrumado no parque fui ter com a Rita à praia.

Depois de vestir o fato e dar umas braçadas para me ir habituando à temperatura da água fui ver a partida da prova feminina que seria dada 10 minutos antes da minha.

Elas arrancaram todas muito bem mas ao chegar à zona da primeira bóia algo de estranho se passava. Estava uma corrente de tal forma forte que tinham sido todas levadas para a direita antes de ultrapassarem a bóia. E pelo que se via da areia, a dificuldade para a contornar estava a ser enorme.

Soube mais tarde que houve imensa gente a ser recolhida de barco junto à segunda bóia, a corrente estava a querer levar muita gente para Carcavelos.

Já avisados do estado da água, praticamente todos os homens se encostaram o mais possível à esquerda para não se ter de lutar tanto contra a corrente

Segmento 1: Natação (11:36)
Como estava tanta gente em prova, assim que deram a partida deixei o resto do pessoal ir todo a correr e fui a caminhar para a água. Queria evitar a confusão inicial dentro de água, mas não sei se esta também foi a melhor opção já que para entrar na água tinha imensa gente à frente.

Fiz o percurso até à primeira boia sem grandes dificuldades e felizmente não senti a corrente muito forte. Aliás o que senti naquela zona foi uma diferença grande na temperatura da água, estava mais quente do que no resto da praia.

Entre a primeira e a segunda boia a dificuldade maior foi a ondulação, mas também consegui fazer este pedaço do percurso em boas condições.

No regresso à areia estava preocupado que a corrente me levasse para a zona das rochas do forte e por isso tentei apontar ao meio da praia em vez de ir a direito para a zona da saída. Esta foi a parte mais complicada e confusa da natação. Muita gente na água fez com que tivesse de parar de nadar por diversas vezes. A parte boa foi conseguir sair da água sem ter ido parar ás rochas ou a Carcavelos.

O estranho no final deste segmento foi o meu tempo 11:36. Cerca de 4 minutos mais rápido que em Peniche, o que não faz qualquer sentido. Estou praticamente à um mês sem treinar natação, não acredito que tenha feito este segmento a um ritmo de 1:38 min/100m. Ou o percurso estava mal medido ou a corrente acabou por ajudar mais do que atrapalhar.

Transição 1 - Natação - Ciclismo (04:50)
O parque de transição nesta prova está um pouco longe da saída da água e ainda por cima é sempre a subir, por isso acabei por o fazer metade a correr metade a caminhar. Tirei o fato sem problemas e peguei na bicicleta para sair como em todas as outras provas.

Ao passar a linha onde se pode montar a bicicleta, e para não ficar parado no meio a atrapalhar quem queria sair encostei-me à direita para montar a bicicleta.

Com o pé esquerdo já encaixado, e o pé direito a começar a dar o impulso para arrancar, um outro atleta, ainda com a bicicleta pela mão, atravessa-se completamente à minha frente. Resultado: travo, tento não cair, com um pé ainda encaixado e o outro no chão, ando com a bicicleta meio aos saltos e enfio a pedaleira pela perna direita a dentro.

Olho para os estragos e não tinha bom ar! Havia óleo, sangue, (mas não estava a "jorrar") e a zona que a pedaleira "comeu" tinha a pele levantada mas mais ou menos a tapar o corte. Mesmo com a perna assim decido arrancar e ver como é que a perna se ia comportar ao pedalar.

Isto foi tudo muito rápido e a decisão de continuar e ver melhor os estragos mais tarde, foi logo a primeira coisa que me veio à cabeça.

Segmento 2: Ciclismo (41:58)
Os primeiros metros do ciclismo foram passados a tentar ver melhor como estava a perna. Não sentia dor ao pedalar, nem sentia que estivesse a forçar o corte. Mesmo com duvidas se seria melhor parar e ir aos bombeiros acabei por optar por continuar a prova e fazer nova avaliação quando fosse para a corrida.

Mesmo não estando com dores nem com a sensação de ir em esforço, já não consegui fazer a prova descansado. Estava preocupado com o corte e extremamente irritado com o que aconteceu.

Numa prova com tanta gente foi relativamente fácil encontrar grupos que tinham o mesmo andamento que eu. Isto fez com que fizesse praticamente toda a prova na roda de outros ciclistas. O grupo acabou por se desfazer já no regresso durante a subida do Alto da Boa Viagem, e desde ai até regressar ao parque de transição fui saltando de roda em roda, mas sempre grupos de 2 ou 3 ciclistas.

Apesar de tudo isto consegui fazer uma boa média neste segmento: 32,2 Km/h

Transição 2: Ciclismo - Corrida (01:37)
O objectivo nesta transição não era demorar pouco tempo. Era sim olhar melhor para os estragos na perna e decidir se continuava ou não.

O corte na perna estava igual, não estava a sangrar, mas continuava com um bocado mau aspecto, principalmente a pele meio levantada uma vez que a pedaleira entrou de lado. Pensei em desistir da prova. Mas por outro lado, para poder ir embora, para o centro de saúde ia ter de esperar à mesma para tirar tudo do parque de Transição.

Mais uma vez decidi continuar e ver como é que me sentia ao correr, se estivesse mau parava mesmo. Troquei apenas o chip de perna para não estar com a fita a roçar naquela zona.

Segmento 3: Corrida (30:32)
Ao começar a correr, tal como no ciclismo, não senti qualquer esforço ou dor e, por isso fui continuando, mas mesmo assim optei por ir mais devagar do que o costume.

Sem grande história fiz o segmento de corrida a uma média próxima dos 6 min/km, e acabei por cortar a meta com um tempo final de 1:24:19.

Conclusão:
Assim que cortei a meta perguntei a um voluntário onde era o posto médico ou bombeiros. "Deve ser para ali naquelas tendas". Não era! 

É realmente bastante útil ter alguém a dar apoio a uma prova que não sabe pelo menos onde é que estão os Bombeiros. Acabei por os conseguir descobrir na outra ponta do Parque de Transição e pedi para me darem uma vista de olhos na perna. Acabaram por limpar a ferida mas ia ter de ir ao centro de saúde saber se devia ou não levar pontos.

No centro de saúde, acharam que não eram preciso pontos, limparam um pouco mais a ferida e sai de lá com uns adesivos e um penso grande por cima do corte. Se acharam bem ou mal não sei, porque não sou médico nem enfermeiro, mas 5 dias depois ainda era este o aspecto do corte:


Quase duas semanas depois da prova continuo com a perna em lento processo de cicatrização, a trocar de penso de 2 em 2 dias, e sem fazer qualquer desporto. Obrigado pelas férias forçadas caro triatleta da transição 1!!!

E com os 100 Km do  Mediofondo das Aldeias do Xisto a pouco mais de um mês de distância, não sei como é que vai ser.

A minha Prova:

3 comentários:

  1. Pois... esse corte foi bem forte e feio!
    Espero que recuperes o mais rápido possível.

    Força!!!

    Um abraço

    ResponderEliminar
  2. Que grande azar! Ainda por cima tiveste o cuidado de não querer atrapalhar e foste abalroado dessa forma. Rápidas melhoras! Um abraço!

    ResponderEliminar
  3. Da próxima já sabes, em vez de travares, é prego no fundo!

    Por falar em fundo...já pensaste em ter uma seunda opinião?

    É que ao fim de duas semanas isso continua a ter um aspecto feio.

    As melhoras.

    Abraço

    ResponderEliminar